quarta-feira, outubro 25, 2006

Este sábado, pelas 18h no Clube Literário do Porto, João Gesta apresenta o último livro de Filipa Leal - A Cidade Líquida e Outras Texturas

Simultaneamente a esta apresentação Mafalda Capela expõe, na Clube Literário do Porto, o projecto Lost Vitrines onde poderá encontrar a foto do hors-texte que compõe o A Cidade Líquida e Outras Texturas de Filipa Leal.
Intervenção de João Gesta:
A tarde começa com uma confissão.

Odeio críticos de arte, críticos literários, políticos, comentadores políticos, padres, chuis – eles alimentam-se do sangue dos inocentes.
Odeio os académicos, “idiotas especializados” para quem o essencial é invisível. Se pudesse colocava-os todos no caixote do lixo da história, a lerem os discursos do Cavaco ou, pior ainda, a obra completa em 2 volumes e 3 assoalhadas à Lapa da Margarida Rebelo Coiso.
Em contrapartida, gosto da força do vento, da boquinha da noite, das curvas galegas, na nádega esquerda do Sócrates – que é, de resto, a única coisa de esquerda que ele tem -, gosto das musas de alterne, gosto de comer brigadeiros, às escuras.
Gosto de poetas. Gosto da Filipa. Gosto de poetas que tenham arma. A alma é a arma da Filipa.

Não farei, nem saberia fazer, uma abordagem académica à obra da Filipa. A minha aproximação à obra da Filipa e à própria Filipa, enquanto mulher, será, pois, parcial, emocional, poética, quase apaixonada, ou não fosse ela uma grande grande amiga.
Esta tarde jogo em casa.
Remato directamente ao coração desarrumado da Filipa.
Ou, como diriam os surrealistas, “espero pois que os meus auditores compreendam que não sou um erudito, nem um filósofo, mas sim um longo diálogo”.

Conheci a Filipa numa tarde solarenga de Setembro.
Esvaía-se, sem graça, o ano de 2002.
Combinámos, então, a sua primeira actuação nas “Quintas de Leitura” do TCA, onde, meses depois, viria a ler, com grande coragem e brilho, um poema de António Maria Lisboa:

RÊVE OUBLIÉ

Neste meu hábito surpreendente de te trazer de costas
neste meu desejo irreflectido de te possuir num trampolim
nesta minha mania de te dar o que tu gostas
e depois esquecer-me irremediavelmente de ti

Lembro-me que nessa tarde lhe contei uma história:

Em Maio de 1968, em plena crise francesa, o general De Gaulle, tentando pôr termo à escalada de violência nas ruas de Paris, mandou chamar, com carácter de urgência, o líder estudantil. Chamava-se Daniel Cohn-Bendit. 23 anos, estudante de sociologia, baixo, gordinho, olhos brilhantes e azuis, sardas, espirituoso, filho de mãe francesa e pai judeu alemão. Dany, le Rouge, para os amigos.
De Gaulle perguntou-lhe à queima-roupa:
- Mas, afinal, o que é que vocês querem?
Daniel Cohn-Bendit respondeu-lhe sem titubear:
-QUEREMOS TUDO, JÁ!

A minha amizade com a Filipa sela-se, assim, à volta de um slogan revolucionário do Maio de 68:
QUEREMOS TUDO, JÁ!
Ou, tão simplesmente, SEJAM REALISTAS, PEÇAM O IMPOSSÍVEL.

Talvez inspirada e possuída por este espírito radical do Maio de 68 parisiense, a Filipa ousou e venceu. Exigiu tudo à Poesia. Encostou uma estrofe à garganta da Poesia e a Poesia, rendida, já lhe deu praticamente tudo:
Em quatro anos, a Filipa ao leme do suplemento “Das Artes,das Letras” do “Primeiro de Janeiro” , caneta à altura dos rins, tornou-se numa das mais conceituadas jornalistas culturais da cidade. Recordo e recomendo-lhes as notáveis entrevistas que fez a António Ramos Rosa, Agustina, Adélia Prado, Nuno Júdice, José Luís Peixoto, só para mencionar algumas. À Segunda-feira, num quiosque perto de si.
Pela voz da Filipa passam, todos os anos, alguns dos momentos mais belos da moderna poesia portuguesa. Com efeito, em dezenas de recitais já efectuados, a Filipa dá voz e alma e corpo aos nossos Poetas, à nossa língua. A Filipa pega a Pátria pelos cornos.
Como se não bastasse, a Filipa também é Poeta. “E quis achar palavras que alguém pudesse amar”. Deu à luz 3 livros e promete não ficar por aqui.
“Lua Polaroid” – o primeiro filho, um parto sem dor e sem espinhas. Estilo escorreito, caneta ao lado da Vida.
“Talvez os Lírios Compreendam” – alguns 25 poemas. Um livro confessional de grande fôlego: “Talvez a poesia seja isto mesmo: este medo das palavras. Que me fogem. Um nó nos dedos de solidão.”
“A cidade líquida e outras texturas”: labirinto líquido, verdade a preto e branco. O mais refinado dos 3 livros já publicados. Um “eu” entre parêntesis, como a autora gosta de o definir.

A Filipa Leal é já uma voz importante da novíssima poesia portuguesa.
A Filipa escreve para quem a sabe ler.
Soube estabelecer uma relação de compromisso com o seu próprio tempo, soube captar a contemporaneidade e, mais importante de tudo, a Filipa sabe que a poesia tem o dever social de dar saída às angústias da sua época.
Cito, a este respeito, Artaud:
“O artista que não abrigou no fundo do seu coração o coração da sua época, o artista que ignora ser um bode expiatório, que o seu dever é atrair a si, como um íman, as fúrias dispersas da época, de modo a livrá-la do seu mal-estar psicológico, não é um artista”.


Fixemo-nos, por fim, no novo livro de Filipa Leal – “A cidade líquida e outras texturas”.
Diga-se, antes de tudo, que é um objecto apetecível, que apetece levar para a cama e adormecer com ele, sobre ele, e ler outra vez e marcar e dobrar e estraçalhar.
Tem no seu interior uma fotografia bela de Mafalda Capela – a rima mais-que-perfeita. A Mafalda é uma artista que me fascina pelo seu talento, pela sua sensibilidade e, não menos importante, pela elegância com que se conduz na vida.



A Poesia da Filipa é radicalmente urbana e faz constantes alianças com a prosa. Dá atenção à língua e à própria dimensão social da vida quotidiana.
Digamos que o novo livro da Filipa Leal tem o quotidiano como ponto de partida, mas, no momento seguinte, esse quotidiano é transfigurado, é ampliado, é transtornado.
Na escrita da Filipa as borbulhas são pontos de exclamação, os lábios são trampolins para o infinito, os olhos são archotes para comer a noite à traição, o suor é um rio que desagua e não desagua no mar da tranquilidade.
A escrita da Filipa molda-se à alma, é líquida, torrencial quase sempre, é forte – crava as garras certeiras na correnteza indomável da Vida. A escrita da Filipa não tem pé. Apanha-nos, muitas vezes, com a boca na Vida.
A escrita da Filipa é viciante:
São três linhas psicotrópicas de Poesia – a cidade líquida; nós, a cidade; a cidade esquecida.
Cheirem a primeira linha – não pararão mais até ao orgasmo, até à libertação final:
A solidão atravessa a praça, triunfal, ganha cor, ganha corpo, e invade-nos em todas as artérias. Só o Amor a pode deter. “Nós reduziremos a arte à sua expressão mais simples que é o amor” (Breton). Só a caneta da Filipa pode inverter o rumo inexorável da história – debruçada numa das varandas da cidade ajudas, com o teu sorriso contra todos os riscos, o Douro a correr descalço. Debruçada numa das varandas da cidade gritas para a multidão: Estamos rodeados de emboscadas – tanto melhor!
Filipa:
Entro no teu poema como se fosse vírgula.
Juntos, convenceremos a madrugada a correr para nós, sei lá…, atiraremos milho às estrelas, convenceremos a morte a pagar portagem.
Termino, à boa maneira bretoniana, louco amor louco, dizendo-te:
“Gosto de saber-te loucamente amada”.

JOÃO GESTA
Apresentação do livro «A Cidade Líquida e Outras Texturas» (ed. Deriva), de Filipa Leal
Clube Literário do Porto, 18 de Outubro, 2006

Preguntas para lhe Facer em Voz Alta a Federico García Lorca, Irmán, de Xavier Queipo



Ai Federico García! Ai Federico! Que te apartou do acolhedor refúgio da tua estirpe? Como foste acovilhar no tobo da ignomínia? Que te levou a rejeitar o fío vermelho que Ariadna te tendera? Que te levou a Granada?

Diz, Federico García. Que estranho instinto te fixo confiar em Minotauro? Quantas noites de lua para distinguir o urro da quimera do canto das sereias? De onde apareceu a fúria ancestral que rachou a geometria do teu corpo?

Ai Federico García! Ai Federico! Que se sente quando os fuziles percutem nas tuas costas? Que quando as balas laceram a tua pele de óleo e caramelo? Que após do estourado, do reverso da ração, da vértebra que secciona o centro e as cisternas? Que te esperava após do golpe imóvel, do sangue as gurgulhadas?

Diz, Federico García, com os teus versos inchados de alecrim e de mapoulas, de reflexos e luares, de sangue e caraveis: A que ule a incandescência do corpo queimado pela pólvora? A que arrecende a traição dos bem amados?

Eu quisera saber, Federico, percebes, Federico, a opacidade do diamante, o voo do colibri, as imagens que passaram trás das pálpebras. Eu quisera saber, Federico, que paixões, que escrituras, que delicias guardavam nas gavetas do cérebro?

Eu quisera saber, ai Federico! Quisera saber, mas é tarde.

Xavier Queipo, Bruxelas, Outubro de 2006 (no aniversário do assassinato de García Lorca)

sexta-feira, outubro 13, 2006

A Formação da Mentalidade Submissa, de Vicente Romano. Lançamentos com o autor

Capa de Gémeo Luís
Vicente Romano apresentará o seu livro A Formação da Mentalidade Submissa no foyer do Auditório da Biblioteca Almeida Garrett, aqui no Porto, às 21:30h do dia 20 de Outubro (sexta), juntamente com o jornalista Rui Pereira.
Também em Lisboa, agora com o Rui e Isabel do Carmo, o livro será debatido na Livraria Letra Livre, pelas 18h do dia 21 de Outubro (sábado).
«Toda esta obra, com frequência profundamente original, disseca os processos comunicacionais a partir da sociologia, da educação, das representações e funções sociais, da interculturalidade, entrando inclusivamente na relação entre o fazer comunicacional contemporâneo e os usos do tempo e do espaço humanos. Defensor de uma necessariamente nova “ecologia e ética da comunicação”, a obra de Vicente Romano é um paradigma da junção entre valor científico e mérito transformador profundamente revolucionário. Quando a academia falha a este, que deveria ser o seu chamamento natural, que a ele acudam pensadores da envergadura do professor Vicente Romano, cuja obra de divulgação, “A Formação da Mentalidade Submissa”, que a Deriva edita agora em Portugal, contando já com dezenas de milhares de leitores e editada em diversos países do mundo, é não apenas a primeira a ver a luz do dia em língua portuguesa, como uma síntese modelar, de todo o seu notável trabalho.»

Rui Pereira, do Prefácio

A Cidade Líquida e Outras Texturas, de Filipa Leal. Lançamentos

Capa de Gémeo Luís


Este é o livro de Filipa Leal a sair a 28 de Outubro, no Clube Literário do Porto. Vai estar presente o João Gesta que apresentará a Filipa e onde se poderá falar de poesia. Ou melhor: da poesia. Neste caso, da poesia da Filipa. O encontro será às 18h.

Em Lisboa, apresentar-se-á o A Cidade Líquida e Outras Texturas com o Nuno Júdice. Será na Fnac do Chiado, a 18 de Novembro, também pelas 18h.

Fotografia em Hors-texte de Mafalda Capela para A Cidade Líquida

ODE LOUCA

Todos os homens têm o seu rio.
Lamentam-no sentados no interior das casas
de interior e como o poeta que escreve a lápis
apagam a memória com a sua água.
Os rios abandonam os homens que envelhecem
longe da infância, e eles choram
o reflexo absurdo na distância.
Por vezes, enlouquecem os rios, os homens,
os poetas nas palavras repetidas
que buscam uma ode que lhes diga
a textura. Todos procuram o mesmo:
um lugar de água mais limpa
ou um espelho que não lhes negue
a hipótese do reflexo.
O rio sofre mais do que o homem,
o poeta,
porque dele se espera que nos devolva
a imagem de tudo, menos de si próprio.
Todos os rios têm o seu narciso,
mas poucos, muito poucos,
o simples reflexo das suas águas.

De A Cidade Líquida e Outras Texturas, a sair

domingo, outubro 08, 2006

Archie Shepp

Não posso dizer que foi um concerto memorável o de Archie Shepp, na Casa da Música a 5 de Outubro, até porque provavelmente tocava com os Dar Gwana de Tanger. Mas a emoção é-me inseparável deste nome. Ouvi-o numa festa do Avante longínqua e não sei se estava em estado de lhe beber o som do saxofone (ou do clarinete) num festival Jazz de Cascais qualquer. Mas que me senti estranhamente emocionado quando interpretou o Mama Rose de uma maneira que nunca lhe tinha ouvido antes, isso senti. E só o jazz me consegue fazer isto. Não conheço outro tipo de música que tenha esta intensidade, ruptura e congregação de sentidos. Grande Archie Shepp. Rev, rev, revolution!

domingo, outubro 01, 2006

A Cidade Líquida e Outras Texturas, de Filipa Leal, sai a 28 de Outubro

R. Koolhaas. "The Generic City"

A CIDADE LÍQUIDA

A cidade movia-se como um barco. Não. Talvez o chão se abrisse em algum lado. Não. Era a tontura. A despedida. Não. A cidade talvez fosse de água. Como sobreviver a uma cidade líquida?

(Eu tentava sustentar-me como um barco.)

As aves molhavam-se contra as torres. Tudo evaporava: os sinos, os relógios, os gatos, o solo. Apodreciam os cabelos, o olhar. Havia peixes imóveis na soleira das portas. Sólidos mastros que seguravam as paredes das coisas. Os marinheiros invadiam as tabernas. Riam alto do alto dos navios. Rompiam a entrada dos lugares. As pessoas pescavam dentro de casa. Dormiam em plataformas finíssimas, como jangadas. A náusea e o frio arroxeavam-lhes os lábios. Não viam. Amavam depressa ao entardecer. Era o medo da morte. A cidade parecia de cristal. Movia-se com as marés. Era um espelho de outras cidades costeiras. Quando se aproximava, inundava os edifícios, as ruas. Acrescentava-se ao mundo. Naufragava-o. Os habitantes que a viam aproximar-se ficavam perplexos a olhá-la, a olhar-se. Morriam de vaidade e de falta de ar. Os que eram arrastados agarravam-se ao que restava do interior das casas. Sentiam-se culpados. Temiam o castigo. Tantas vezes desejaram soltar as cordas da cidade. Agora partiam com ela dentro de uma cidade líquida.

(Eu ficara exactamente no lugar de onde saiu.)

Filipa Leal

Sobre A Cidade Líquida e Outras Texturas:

A poesia de Filipa Leal é inumana e luminosa. Os seus poemas vivem como libertação individual numa deriva constante onde o traço aparentemente aleatório do voo de um pássaro se cruza, livre, na construção de uma arquitectura louca de uma cidade estranhamente «presa nas palavras». Esta ligação íntima, proposta aos que lemos A Cidade Líquida e Outras Texturas, faz emergir essa individualidade composta na construção de uma rota que recusa um qualquer destino comum e sedentário e que se afirma no desenho límpido de uma geopoética de uma claridade absoluta.

Filipa Leal, nasceu em 1979 e vive no Porto. Jornalista cultural. Apresenta uma já vasta e diversificada experiência profissional onde se destaca a sua colaboração semanal no Suplemento Literário «das Artes e das Letras» de O Primeiro de Janeiro, uma colaboração estreita na Fundação da Casa de Mateus e de várias revistas culturais de língua inglesa e portuguesa. Apresentou a sua tese de mestrado subordinada ao tema «Aspectos do Cómico em Alexandre O’Neill, Adília Lopes e Jorge Sousa Braga» e frequentou um BA Media Studies – Print Journalism na Universidade de Westminster, em Londres. Destacam-se as várias reportagens, artigos e entrevistas realizadas a diversas figuras da poesia e literatura portuguesas e estrangeiras. Recitadora, locutora e organizadora de eventos poéticos em colaboração, entre outras entidades, das Quintas da Leitura do Teatro do Campo Alegre.
Tem publicados os livros LUA-POLAROID (ficção), 2003, Corpos Editora, e TALVEZ OS LÍRIOS COMPREENDAM (poesia), 2004, Cadernos do Campo Alegre.

Filipa Leal, A Cidade Líquida, a sair a 28 de Outubro, no Clube Literário do Porto, às 18h. Com João Gesta e a autora. Em Lisboa, apresentação do livro a 18 de Novembro, às 18:30, na Fnac do Chiado, com a presença de Nuno Júdice.

Sobre A Formação da Mentalidade Submissa, de Vicente Romano, a sair a 20 de Outubro

Francesco Fedeli
Quem é Vicente Romano:
Vicente Romano, catedrático de Comunicação Audiovisual, jubilado em 2005, da Universidade de Sevilha, doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade Complutense de Madrid e doutorado cum laude pela Universidade de Münster, investigador e professor na Alemanha, França, Estados Unidos Canadá e Brasil, é uma das grandes autoridades europeias e mundiais nos estudos comunicacionais.
Autor de treze livros e de outros nove em co-autorias, redigiu a impressionante quantidade de cerca de uma centena de artigos científicos para revistas da especialidade em Espanha e no estrangeiro, tem outras tantas participações em conferências, seminários, e congressos académicos nacionais e internacionais. Traduziu para o castelhano mais de meia centena de trabalhos de alguns dos mais importantes pensadores e cientistas sociais da actualidade.
Do prefácio de Rui Pereira:
Toda esta obra, com frequência profundamente original, disseca os processos comunicacionais a partir da sociologia, da educação, das representações e funções sociais, da interculturalidade, entrando inclusivamente na relação entre o fazer comunicacional contemporâneo e os usos do tempo e do espaço humanos. Defensor de uma necessariamente nova “ecologia e ética da comunicação”, a obra de Vicente Romano é um paradigma da junção entre valor científico e mérito transformador profundamente revolucionário. Quando a academia falha a este, que deveria ser o seu chamamento natural, que a ele acudam pensadores da envergadura do professor Vicente Romano, cuja obra de divulgação, “A Formação da Mentalidade Submissa”, que a Deriva edita agora em Portugal, contando já com dezenas de milhares de leitores e editada em diversos países do mundo, é não apenas a primeira a ver a luz do dia em língua portuguesa, como uma síntese modelar, de todo o seu notável trabalho.
Um extracto de A Formação da Mentalidade Submissa:
A consciência indiferenciada corresponde à vida sentimental estereotipada. O pensamento mágico acrítico, gera uma consciência conformista, submissa. O que significa deixar por mãos alheias a solução dos problemas próprios, situação em que tudo pode ser facilmente manipulado por esses interesses estranhos. Aí radica o perigo de passar as rédeas dos assuntos pessoais para as mãos dos especialistas ou do novo credo académico. Autodeterminação significa, antes de tudo, libertar-se da angústia e ganhar consciência das determinações impostas por terceiros, para conseguir ultrapassá-las .
Vicente Romano
Apresentação do livro no Porto, a 20 de Outubro, na Biblioteca Almeida Garrett, pelas 21:30h, no Foyer do Auditório com a presença de Vicente Romano e de Rui Pereira. Em Lisboa, a 21 de Outubro, às 18h, na Livraria Letra Livre (Calçada do Combro) com o autor, Rui Pereira e Isabel do Carmo.