quinta-feira, julho 30, 2009

Férias? Mais ou menos...

Sim, estamos de férias mas estamos no escritório da Santo Ildefonso que uma multinacional é assim mesmo. Para qualquer coisa o Pedro lá estará...
Não esquecer que em Setembro...
...é o mês de preparação para o Plano Nacional de Leitura e que temos fichas de exploração pedagógica para o Perigo Vegetal, de Ramón Caride, Com Quatro Pedras na Mão, de Suzana Ralha e o Bando dos Gambozinos, Vozes do Alfabeto, ilustrado por João Maio Pinto e O Aquário, ilustrado por Gémeo Luís, ambos da autoria de João Pedro Mésseder.
arranca definitivamente a Colecção Pulsar da Deriva em parceria com o Instituto de Literatura Comparada da FLUP com Jean-Pierre Sarrazac e Pascal Quignard. Concorremos para o apoio da Embaixada de França.
Publica-se o primeiro volume da nossa Colecção Cassiopeia junto com o ILC com o Tentações de Pedro Eiras.
A tradução de Necessary Illusions de Noam Chomsky terminará neste mês.
A publicação de O Estado-Guerra de Santiago López-Petit está prevista para fins de Setembro.
Preparar-se-á a edição do livro de História Relação das Medidas de Defesa que se Executaram nas Margens do Rio Vouga, depois da Tomada do Porto pelo Marechal Soult em 1809, de Alexandre Tomás de Morais Sarmento do Corpo Militar Académico.
E em Setembro, ainda, a pré-publicação de Ameaça na Antártida e Futuro Roubado de Ramón Caride, continuação da saga de Perigo Vegetal.
E o Miguel Carvalho e a Deriva estarão em Braga e em Guimarães, dando início assim a um périplo do Aqui na Terra (parece que em Guimarães, o Miguel vai ser um DJ)
E boas férias... até já.

quarta-feira, julho 22, 2009

Filipa Leal evoca a obra de Arménio Vieira, Prémio Camões 2009

Homenagem a Arménio Vieira, Prémio Camões 2009 - Casa Fernando Pessoa, dia 24 de Julho, 18h30.
Abertura por Manuel Alegre.
Evocação da Obra por Filipa Leal.
Leituras de amigos do Poeta: Celina Pereira, José Cunha, Mito Elias, Vera Cruz e Xan.

terça-feira, julho 21, 2009

A crítica de José Mário Silva a Telefunken de Luis Maffei, na Actual do Expresso

O prometido é devido: aqui vai a crítica de José Mário Silva a Telefunken de Luis Maffei publicada na última Actual do Expresso.

segunda-feira, julho 20, 2009

Aqui na Terra - retrato de um país, por Paula Cruz

És cruel
Meteste a tua filha num bordel
Enforcaste o teu caniche a um cordel
És cruel
(Ena pá 2000)


“todo o modelo reduzido tem uma vocação estética”
(Claude Lévi-Strauss)


Aqui há uns anos, as meninas faziam-se mulheres a aprender a fazer rosetas de crochet. Agora os nossos autarcas fazem rotundas. Continuamos a andar em círculos. Mudou a escala: as rosetas de crochet protegiam os sofás, o televisor e aprimoravam o enxoval. As redundantes rotundas são agora o enxoval dos nossos autarcas que vão remendando as suas fraquezas com um “urbanismo desgovernado e típico de um país atamancado” (pg. 19), um país onde vingam autarcas que “não perdem tempo com livros” (pg. 114) e que incentivam obras sem licença para estimular os investidores (pg. 114).
Um país autêntico nas suas flores de plástico e nas vacas para galego ver, nos coelhinhos de peluche, no vernáculo de Nel Monteiro, no padre Costa, povoador de Trancoso, nas rendas da Ruth Marlene, no agro-pop de Quim Barreiros (pg.101), nas praxes dos coveiros, nos milagres da IURD.

Descontextualizados do local original de publicação – Visão e Independente – estes textos tornam-se coisa outra, histórias que fogem ao controlo higienista da ASAE, mas que fazem parte da nossa identidade. Este é o Portugal piroso: aquele que não se mostra às visitas.
Miguel Carvalho abre aquela gaveta onde se guardam lembranças, bibelots, tarecos que não queremos que os outros vejam, mas que não podemos deitar fora. Não o faz, contudo, com desdém, com desprezo: fá-lo porque conhece este avesso.
O repórter com subtileza, com ironia, com verdade vai mostrando o que está para além das fachadas idealizadas da ruralidade (cf. A celebração, O martírio, A Agonia).
A miséria que nos é mostrada não é a do pobre, mas honrado, nem tão pouco a do pobre em ouro, mas rico em sonhos (cito de memória a canção da Floribella). È uma miséria muito mais próxima da Comunidade de Luiz Pacheco do que da mitificada casa portuguesa celebrizada pela Amália. Leia-se Pacheco:
“Somos gente pura: os mais novos não sabem o que é a promiscuidade, a minha rapariga se vir a palavra escrita deve achá-la muito comprida e custosa de soletrar: pro-mis-cu-i-da-de (pelo método João de Deus, em tipos normandos e cinzentos às risquinhas, até faz mal à vista!). A promiscuidade: eu gosto.” (Pacheco, 1998:116)
Conheça-se A via-sacra (pg. 85):
”Um homem, a mulher e dois filhos vivem num espaço em que mal se podem mexer da cozinha para o quarto, com um corredor de permeio. E, no entanto, eis-nos num lar onde “se juram promessas de amor quase eterno.” (pg. 85)
Aqui na terra mostra-nos como não nos queremos ver: castiços, manhosos, pirosos e foleiros. Sem condescendências. Um Portugal desencontrado de si, que às vezes gosta de se dar ares.
Morte, vida, lágrimas, miséria, mofo, pobreza e um público sempre pronto a aplaudir os seus artistas, aqueles que, no querido mês de Agosto, preenchem um certo roliço imaginário erótico: e nós pimba! Um Woodstcok regado fartamente a vinho verde.
Um país que nos arrepia quando nos lembramos que só em 2005, se fez Abril no Marco de Canavezes; que já ninguém se lembra de assear a última morada do padre Max, nem do padre Max; mas que quer fazer estátuas a cónegos Melos e a outras bolorentas e salazarentas figuras de presépio; um país onde a tragédia de Entre-os-Rios fez entrar no vocabulário um novo estrangeirismo: briefing.
Aqui na Terra, de Miguel Carvalho é sobre nós. Sobre as nossas grandezas, sobre as nossas fraquezas. Sobre este ir estando e ir indo. Sobre a fé, a falta dela e a musiquinha que nos faz bater o pé.
Aqui na Terra, lido de rajada, mostra-nos um Portugal envergonhado, pobrezinho, remendado, remediado, mas nunca pior.


A capa de Aqui na Terra

Seis meninos Jesus souvenirs desencontrados, desfuncionalizados, disfuncionais de braços muito abertos, mas incapazes do abraço, de olhares mortos, inexpressivo. Meninos de barro sem serventia. Meninos que queremos esconder, porque são feios e só os aceitamos quando bem embrulhados numa teoria bem pós-moderna ou, se preferirmos, se a inserirmos num contexto camp (cf. Sontag).
Susan Sontag define o camp como “uma visão do mundo em termos de estilo – mas uma espécie particular de estilo. É o amor pelo excessivo, pelo “off”, pelas coisas-que-são-como-não-são.” (Sontag, 2004:320). E estes meninos, que são feios, muitos feios, não deixam de nos trazer alguma nostalgia, de despertar uma certa afectividade, de provocar o riso: ``A essência do Camp é destronar o sério. O camp é divertido, anti-sério. Mais precisamente, o camp envolve uma nova relação, mais complexa com o “sério”. Pode-se ser sério a respeito do frívolo, e frívolo a respeito do sério.'' (idem, ibidem:332)
Com graça, Sontag conclui que “A descoberta do bom gosto do mau gosto pode ser muito libertadora. Quem insiste nos prazeres elevados e sérios está privar-se do prazer; está continuamente a restringir as fontes de prazer ao exercer continuamente o seu bom gosto acabará por lhe atribuir um valor que o coloca fora do mercado, por assim dizer. (idem, ibidem:336-7).
Não sei se o Miguel Carvalho está a par das teorias sobre o camp, mas acho que as interiorizou muito bem:
“Em palco, Nel é um leão.
E entre avés marias e vivas à emigração, pede aos jovens para não se viciarem no mal e ao povo para exigir dos governantes medidas para quem precisa.
«Obrigado, camaradas», diz, no final de mais uma canção, vivida em êxtase.
O concerto acaba com peças de roupa no ar, a população em delírio.
Nel ainda cantava mais uma se o deixassem. Mas já chega.
Despede-se. «Não ofendi ninguém. Só vim falar das injustiças que fazem à classe operária». Pimba!” (pg. 104)

Voltemos à capa. Diz Torga, não sobre estes meninos, mas sobre os não menos típicos galos de Barcelos, que “a prova [da falta de habilidade] estava no próprio silêncio dos galos de barro, que na fisiologia moldada e nas asas tingidas não anunciavam qualquer amanhecer. O sangue das veias e da crista era postiço” (Torga, 1990:18). Torga falava na decepção com os galos que ele queria com vida, com outra vida e saiam-lhe toscos e inautênticos. É o que a capa anuncia: o postiço que de tão postiço acaba por ser autêntico. Paradoxal? Incongruente? Pois claro. Não há coerências possíveis ou desejáveis, numa terra onde se encontra o riso misturado com a tragédia, a dor a embalar a vida, a fé nos milagres que hão-de chegar, a manhosice:
“ para o proprietário de uma das barraquinhas alugadas pelo Santuário, o ano do euro é que foi mesmo o ano... de ouro. «As pessoas faziam mal as contas e ganhou-se muito dinheiro», recorda, com um sorriso nos lábios.” (pg. 21)

[sobre a capa vale a pena ler Zaclis Oliveira http://adevidacomedia.wordpress.com/2009/06/09/aqui-na-terra-a-capa/#comments]

Última (e breve nota)
Em parte alguma comparece, em Aqui na Terra, o gato Floco, celebrizado no blogue http://adevidacomedia.wordpress.com/. Contudo, há gato em Aqui na Terra. Há o arranhar da trilogia Deus, Pátria e Família, há um ronronar perante uma Ruth Marlene e um Nel Monteiro, há um sorriso de gato, sem gato (Cf. Lewis Carroll) face às tropelias dos coveiros e há mistério (recordemos o Padre Max). Mas, acho que o o Floco terá muito mais a dizer.
Bibliografia
Carvalho, Miguel, Aqui na Terra, Dweriva Editores, 2009.
ALVES, Vera Marques «CAMPONESES ESTETAS» NO ESTADO NOVO: Arte Popular e Nação na Política Folclorista do Secretariado da Propaganda Nacional, -ISCTE Departamento de Antropologia Lisboa, 2007 [disponível em
https://repositorio.iscte.pt/bitstream/10071/1349/1/Tese+Vera+Alves.pdf]
PACHECO, Luiz, Exercícios de Estilo, Ed. Estampa, 1998, 3.ª ed.
SONTAG, Susan, Contra a Interpretação e Outros Ensaios, [Agains Interpretation and Other Essays, 1961, trad. port. José Lima],. Lisboa, Gótica, 2004.
TORGA, Miguel, Portugal, Coimbra, 1990, 6.ª ed.

domingo, julho 19, 2009

Nel Monteiro numa visão de Edgar Pêra: «O problema é deixar que as crianças vivam na merda!»

Com a devida vénia ao CercARTE e à Paula Cruz, aqui vai um trecho de um filme de Edgar Pêra com o verdadeiro artista Nel Monteiro. Não é que eu gostei do tipo? Visto assim e falado daquela maneira, até dá gosto. Vejam aqui, por favor.

sexta-feira, julho 17, 2009

Em O Leitor nada do que parece, é

Neste filme, que vi há pouco, e que ainda não me conseguiu largar completamente nada do que parece, é. Kate Winslett tem um papel fenomenal e consegue transmitir-nos o mistério que traz consigo, tal como a necessidade imperiosa de ordem e de disciplina na sua vida. A literatura surge-nos como estupidamente neutral, num mundo cada vez mais dividido e parcial. Tudo tem uma explicação e todos os fios podem chegar à mesma meada. É isto que faz a beleza de um filme. Não estava à espera e tornou-se um dos meus filmes.

quarta-feira, julho 15, 2009

Curso de Comunicação Editorial com jornalistas, no contexto da era digital, por João Pombeiro. No Porto e pela Booktailors. A 27,28 e 29 de Novembro

Curso de Comunicação editorial com jornalistas, no contexto da era digital, por João Pombeiro - início a 27 de NOVEMBRO (PORTO)
Objectivo geral: Munir os formandos de conhecimentos e competências que lhes permita perceber as necessidades dos meios de comunicação social para a produção de peças jornalísticas, enquadrando e apresentando os principais meios nacionais e internacionais, ligados à crítica e divulgação de livros.
Estudar-se-á a fundo a melhor forma de interacção com os meios de comunicação social.
Público-alvo: profissionais da área do marketing e comunicação de editoras de livros.
Formador: João Pombeiro é o actual editor executivo da revista LER.

Para ver todo o programa clicar aqui

Fernando Venâncio, a Galiza e Portugal. Uma posição muito particular sobre as traduções

VENANCIO-VIGO-07 09

Depois dos Maus Hábitos, e a partir de Setembro, vamos por maus caminhos

Nuno Higino, Miguel Carvalho, Zaclis Veiga e o editor

A sala estava plena de amigos e conhecidos num ambiente quente e solidário. Pode-se fumar nos Maus Hábitos (fiquem já a saber) o que, nos dias de hoje, já é um gesto de rebeldia e de inconformismo - até para os não-fumadores. Portanto, em sintonia, com o que veio depois, na apresentação do Aqui na Terra. Falar do livro e do autor esteve Nuno Higino e Zaclis Veiga depois do editor referir o quanto gostou de trabalhar este livro com o Miguel. A capa foi muito falada pedindo-se até a absolvição da mesma. O valter hugo mãe disse que tapámos a cara ao menino Jesus o que, sendo verdade, foi-o inteiramente de propósito. Embora, se repararem bem, ele consiga olhar-nos por uma nesga. Faz toda a diferença. A poeta Rosa Alice Branco esteve lá também a falar connosco. Espero que não se esqueça que temos mail. A Lucília Monteiro continuava a tirar fotografias. O chefe Hélio Loureiro estacou a ler o livro no meio das pessoas indiferente ao corropio à sua volta. O Miguel não tinha mãos a medir. Muitos twitters e bloggers erravam pela sala. Um copo aqui, conversas muitas. Contámos mais de cem pessoas. Jornalistas muitos.
Foi mesmo bom no Maus Hábitos e estaria aqui a contar tudo indefinidamente.. A partir de Setembro lá vamos nós para outros caminhos. Maus Caminhos?

segunda-feira, julho 13, 2009

Maus Hábitos, a 14 de Julho, pelas 21:30: Aqui na Terra. de Miguel Carvalho

Maus Hábitos: Rua de Passos Manuel, 178 – 4º andar
Em frente ao Coliseu

O livro AQUI NA TERRA, do jornalista da VISÃO Miguel Carvalho, é lançado no próximo dia 14 de Julho, às 21.30, no espaço MAUS HÁBITOS, no Porto. A obra será apresentada por Nuno Higino (professor de Sociologia, escritor e antigo pároco de Marco de Canaveses) e Zaclis Veiga (Professora de Fotojornalismo e jornalista brasileira).

"Aqui na Terra é o retrato de um certo Portugal.
País aquém e sempre além, onde o humano e o divino moldam as
circunstâncias da nossa condição.
Relatos de um País que, por vezes, não vem no mapa.
Quadros e figuras que constituem uma geografia de afectos e
desamores, de entregas e renúncias, de comédias humanas e tragédias
colectivas.
Nestas reportagens, desenha-se um território de sombras e luzes,
de martírios e pantomina, de identidade e resignação, habitado por
existências vestidas do avesso e «estórias» de trazer pela mão.
Um País, enfim, que levamos inscrito por dentro.
Mas sempre descrito como quem o olha de fora.
País coitadinho e honrado.
País em grande ou maltratado.
País santificado e do Diabo, onde por vezes anda tudo ligado."

Nuno Higino
Entre 1988 e 2001 foi pároco em Marco de Canaveses, período durante o qual foi construída a igreja de Santa Maria com projecto de Álvaro Siza. Em 2001 foi estudar Filosofia. Em 2003 matriculou-se num programa de doutoramento em Madrid na Faculdade de Filosofia da Universidade Complutense. Na sua investigação, concluída em 2007, procurou interpretar os desenhos de Álvaro Siza a partir de Jacques Derrida. Actualmente é professor de Sociologia na Universidade Fernando Pessoa, investigador do Centro de Estudos Portugueses da Universidade Católica - Porto e membro da Associação Casa da Arquitectura. Renunciou ao sacerdócio em 2004. Tem vários títulos publicados na área da poesia e da literatura infanto-juvenil.

Zaclis Veiga
Jornalista e fotógrafa. Mestre em Multimeios com pesquisa na área de Antropologia Visual, pela UNICAMP. É autora dos livros Telejornalismo e Violência Social – a construção de uma imagem e Visões de Ponta Grossa – mosteiro da Ressurreição. Publicou artigos relacionados com a fotografia, folkcomunicação e antropologia visual. É professora de fotojornalismo no curso de Jornalismo da Universidade Positivo, em Curitiba, e Vice-presidente do Instituto Cultural de Jornalistas do Paraná.

domingo, julho 12, 2009

A Deriva no Plano Nacional de Leitura

Debate na Biblioteca Municipal de Gaia sobre o livro infanto-juvenil

José Ribeiro, Margarida Noronha, António Luís Catarino e Francisco Madruga
Inserido no âmbito de Gaia, capital do Eixo Atlântico 2009, a Biblioteca de Gaia promoveu um debate com José Ribeiro (Afrontamento), Margarida Noronha (Kalandraka), Francisco Madruga (Calendário de Letras) e eu próprio (Deriva) tendo por tema «À volta dos Livros - estratégias comerciais e de divulgação do livro infanto-juvenil».
O debate, embora com poucas pessoas, foi vivo e naturalmente lá foi tocando nas problemáticas deste tipo de livros: o Plano Nacional de Leitura, o apoio às Bibliotecas Municipais, a relação com os professores e as escolas, a distribuição e as livrarias. Ficou a promessa de Cristina Margaride, directora da Biblioteca Municipal de Gaia, de repetir a experiência. Registamos com agrado.

sábado, julho 11, 2009

José Mário Silva escreve sobre Telefunken, de Luis Maffei, no Expresso

«Eis uma poesia que abdica da transcendência e de altos voos, uma poesia rente ao chão e às coisas terrenas atraída pelo 'belo gesto do malogro' e capaz de se intrometer no 'cirúrgico intervalo entre uma escarpa e uma escultura'.» É assim que inicia José Mário Silva a sua crítica no Expresso de hoje a Telefunken de Luis Maffei poeta brasileiro e professor de Literatura Portuguesa na Universidade Fluminense que a Deriva editou. Também neste artigo JMS destaca o diálogo subtil que este produz com a nossa tradição poética como Camões, Pessoa, Gastão Cruz ou Pires Cabral. JMS termina desta maneira: «É um trabalho de filigrana, feito de paráfrases e desconstruções, bela homenagem de quem, diante de Sophia, se considera 'andresiano em mão segunda' e dirigindo-se a Bocage, consegue escrever um soneto digno do vate de Setúbal.»

Filipa Leal na Portuguesia, Festa da Poesia Lusófona em Vila Nova de Famalicão

Walmir Silva e a Portuguesia em V.N. Famalicão

Neste fim-de-semana, Vila Nova de Famalicão transforma-se na capital da poesia lusófona, com o lançamento do projecto “Portuguesia: Minas entre os povos da mesma língua, antropologia de uma poética” da autoria do poeta brasileiro Wilmar Silva. Constituído por um livro e um DVD, o projecto que é apresentado na Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide, reúne 100 poetas, do Brasil, de Portugal, da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. Entre os vários autores participantes destaque para o cabo-verdiano Arménio Vieira, vencedor do Prémio Camões.

A Filipa Leal esteve presente na mesa Provocação: Poesia: Liberdade, Experiência, Linguagens, Medulas de diálogo: Poética, Palavra, Som, Imagem, Sentido com José Braga Amaral, Ruy Ventura tendo sido mediador, Aníbal Pinto de Castro.

Ver todo o programa e saber mais aqui

sexta-feira, julho 10, 2009

Já na Terça: Miguel Carvalho no Maus Hábitos

Não há volta a dar. À medida que o tempo se aproxima de terça-feira, 14 de Julho, dia da apresentação de Aqui na Terra, de Miguel Carvalho, o nervoso miúdinho ataca-nos primeiro de mansinho, depois forte. Já só se pensa na data, nas 21:30, no Maus Hábitos que abrem propositadamente para o evento, no Facebook, no Twitter, nos bloggers, nos convites, nos amigos, se estes podem ou não ir, se esse dia da semana é bom ou mau dia para uma apresentação de um livro, se, se, se.
Por fim, sabemos que correrá tudo bem, que há sempre amigos suficientes para estarem uns com os outros, para se reverem, para falar de um certo Portugal estampado nas linhas de Aqui na Terra, que ouvirão atentos Nuno Higino e Zaclis Veiga sobre o que terão a dizer de Miguel Carvalho, jornalista.
E nós estaremos lá todos, afinal.

Quintas de Leitura sobre Miguel-Manso: Quando escreve descalça-se

Ontem, mais um episódio de Quintas de Leitura no Teatro do Campo Alegre dedicada a Miguel-Manso que partilhou connosco alguns dos seus melhores poemas. Foi uma noite muito bem passada, das melhores que o TCA já nos habituou, muito por culpa do João Gesta (claro!) e também de Helena Vieira, Isaque Ferreira, Nuno Moura, Pedro Lamares e Tiago Pereira. Depois, houve momentos inesquecíveis com Filipa Francisco, Bruno Cochat e Elisabete Guimarães. Deixo para o fim uma referência a B Fachada com a sua voz (ele diz que não é boa e que os seus ah,ah,ah, oh, oh, só são reconhecidos no Porto) e com a sua viola, viola braguesa e piano (ele diz que não é instrumentista). Gostámos muito e lembrámo-nos, com ele, dos ambientes de bar intimista de uma Lisboa que, segundo nos disseram vai morrendo paulatinamente. Esperamos que não.
Miguel-Manso tornou-se ali uma certeza. Levei um dos seus livros da Mariposa Azual que gostaria de ver mais pelas nossas livrarias. Um abraço para a Helena Vieira e que tudo lhe corra bem neste seu projecto.
As Quintas de Leitura são, igualmente, um lugar de encontro de amigos pelo que foi bom a troca de impressões e partilha de Miguel-Manso com o Manuel Margarido, a Beatriz Hierro López e Paula Cruz. Venham outras... já de seguida.

Há hábitos que não mudam...

Há hábitos que não mudam e dos mesmos que falam de mudança de atitudes e mais respeito pelos leitores. Pois.
Sent: Mon, 6 Jul 2009 21:45:12 +0100
was deleted without being read on Tue, 7 Jul 2009 09:46:00 +0100

A mensagem foi eliminada sem ter sido lida em terça-feira, 7 de Julho de 2009 9:55:12 (GMT) Meridiano de Greenwich: Dublin, Edimburgo, Lisboa, Londres.

terça-feira, julho 07, 2009

Luís Mourão escreve sobre Um Punhado de Terra de Pedro Eiras



Começo pela nota final, porque ela dá com grande economia de meios uma descrição fiel deste projecto:
Praticamente todos os factos que descrevo neste monólogo são verídicos; junto-os, mesmo se não aconteceram todos no mesmo século. Encontrei-os em diversos lugares — em Gomes Eanes de Zurara, em Bartolomeu de las Casas, no International Slavery Museum of Liverpool — mas um livro corajoso, organizado por Ana Barradas, serviu-me de fonte principal: Ministros da Noite. Livro Negro da expansão portuguesa (Antígona, 1992).Um monólogo pede um trabalho de ritmos, texturas, um fluxo de ideias e imagens. Sem sacrificar essas regras, e sem esquecer a exigência ética que em primeiro lugar me levou a escrever, procurei que este texto fosse o mais próximo possível dos factos registados. Apresentar os ecos que sobreviveram até nós e ser o menos possível — ou mesmo nada — enquanto dramaturgo.Afastemos o primeiro perigo de um projecto deste tipo: as boas intenções, a exigência ética, não impedem aqui o pleno conseguimento estilístico da obra. Um punhado de terra é um monólogo de uma qualidade sem par na nossa dramaturgia mais recente. O trabalho de ritmos e texturas cria um ambiente de queixume poético que acentua a crueldade das histórias, cuja arquitectura se ancora num fluxo de ideias e imagens rigorosamente controlado. O que quer que Pedro Eiras possa teoricamente pensar acerca de o ser “nada dramaturgo” permitir uma maior fidelidade aos “ecos que sobreviveram até nós”, Um punhado de terra desmente: é precisamente pela qualidade do trabalho dramatúrgico que essa fidelidade aparece e apaga o que de ostensivamente literário pode existir nas técnicas próprias do monólogo.
a seguir
Luís Mourão
para consultar o blogue Manchas clicar aqui

Sobre O Mundo Sólido: A arte da fuga, por Tiago Bartolomeu Costa

Foto de O Mundo Sólido


Apresentação de O Mundo Sólido, de João Paulo Sousa, por Tiago Bartolomeu Costa
Bulhosa, Entrecampos (Lisboa), 23 Abril 2009

Reconhecendo embora o exercício de imaginação extremo que a comparação sugere, facilitemos: há em O Mundo Sólido uma madalena. Uma madalena que não é mergulhada numa taça de chá, que aqui surge sob a forma de uma carta, seca e fria, pragmática e reveladora das tensões que, perceberemos mais tarde, definem todo o conflito interior no qual vive a personagem Francisco, mas uma madalena.
A madalena de O Mundo Sólido é essa carta escrita pelo filho de Francisco, Álvaro, e será a partir do que nela não se pode ler, porque não estava escrito, que entraremos nesse processo de fuga que Francisco decidiu encetar. A partir de uma carta, feita de “um texto breve que estava impresso numa folha branca, demasiado branca, sem uma única palavra escrita à mão, nem mesmo o nome no fim a assinar, permitindo pensar que outra pessoa a teria redigido”, temos acesso a um universo paralelo estranho e distante, hiper­‑pessoal e perigosamente desejado.
Francisco é um homem acossado. Nunca saberemos exactamente porque age assim. Percebemos, no entanto, pelas insistentes recorrências que tem uma (ou vive numa) permanente e traumática relação com os médicos e os hospitais (quase primária e pueril se não soubéssemos que não foge muito à verdade). Sabemos também que saiu de Lisboa para ir para Roma acreditando que conseguia recomeçar uma nova vida junto de Paola, jovem mito, mulher mais nova, também arquitecta, italiana charmosa e misteriosa, que surge nas horas da vida de Francisco, ou Francesco, como lhe chama, como uma sombra, uma figura pouco definida, de quem ele tem medo, nunca saberemos porquê. Podemos imaginar que a memória, o fantasma de Joana, a sua anterior mulher que morreu nas mãos dos médicos, terá algo a ver com isso. O mesmo mecanismo louva-a-deusiano ou aracnoidiano tipicamente feminino é razão para mais uma fuga de Francesco, aliás Francisco. Há ainda o filho, Álvaro, projecção falhada do fugitivo, em tudo semelhante aos conflitos que teve com o pai e longe, muito longe, da cumplicidade, agora tornada em modelo inacessível da que manteve com o avô.
Francisco corre. Corre dentro de um universo que o autor criou paralelamente a esta existência­‑fantasma. E corre seguindo regras onde só são válidas as lógicas concentracionárias e rizomáticas que, ao longo do novelo que Francisco vai desfiando à nossa frente, já não buscam uma lógica exterior mas antes se reorganizam, regeneram, auto-sustentam.
Neste universo só entra Francisco, agora respondendo por um outro nome, que poderia ser Francesco se ele não sentisse que nem esse alter­‑ego, essa projecção em pouco responde à imagem que havia projectado para si mesmo, quando estivesse em Roma. E Roma, como antes Lisboa e antes disso Valença, são apenas e só portas de entrada.
É de uma viagem sem tempo e sem espaço, sem corpo e sem matéria – porque o corpo de Francisco está doente mas só ele o sabe (nem os médicos lhe dizem o que ele quer ouvir, nem Paola desconfia porque não iria perceber, nem os mortos agora lhe valem porque antes de nada lhe serviram), sem tempo e sem espaço porque as várias cidades se sobrepõem criando um mapa único, onírico, kafkiano onde deveria ser kavafiano.
O autor, citando Giordano Bruno, chama-lhe cosmogonia omnicêntrica, ou seja, uma organização espacial “segundo o qual o centro está em toda a parte onde haja um observador e a periferia, uma vez que o universo é infinito, não se encontra em nenhum lugar”.
Francisco é o centro e a periferia, ele define as margens e o que são as margens, desloca as personagens – que deveriam ser figuras reais da sua vida mas que ele manipula a seu bel­‑prazer – conforme os cenários mais convenientes, ficciona uma vida, um universo, uma existência da qual não fazemos parte, que recusamos porque reconhecemos nele o mesmo esquema artificial de relações no qual nos enredamos diariamente.
Não será por acaso que João Paulo Sousa nos coloca à margem deste homem, fazendo­‑o operar em modo automático, quase irracional (para nós, não para ele). Facilmente nos poderíamos identificar com esta figura que de tanto se querer relacionar com o que o envolve mais depressa se afasta, mais distante fica. A razão surge já bem perto final, mesmo que não sirva de completa justificação para esta opção narrativa. É que uma relação de cumplicidade precisa de gestos imediatos e “um gesto que não se realiza no momento em que seria leve não fica apenas adiado, torna-se anacrónico e adquire cada vez mais peso à medida que se afasta desse ponto de flutuação natural, para sempre perdido, transformado em definitivo no que nunca foi e também nunca será, no que apenas poderia ter sido”.
E, precisamente, aquilo em que Francisco não acredita é em gestos imediatos, em dados adquiridos. Ele busca nas acções mais efémeras (a carta do filho, as revistas do avô, o formalismo da empregada que apenas cumpre as suas funções, Paola a dormir ao fim de um dia de trabalho no sofá da sala, barrando-lhe o acesso ao quarto) uma razão última, que seja primeiro o resultado de estratégias em vez de ser apenas e só uma acção. E, com isso, Francisco, o arquitecto que foi para Roma tentar viver, vive “numa solidão cada vez mais irremediável”.
Diz-se que o pior que se pode dizer a alguém é que temos pena dele. Mas eu confesso que tenho imensa pena de Francisco, e de Francesco. Tenho pena que ele não seja capaz de percorrer as ruas de Roma sem se sentir incomodado com as hordas de turistas que enchameiam a Praça de Espanha. Tenho pena que ele não faça amor com Paola como ele imagina que o seu pai fez com Laura, a empregada que nunca assumiu o papel de mãe – ou de como ele, mesmo pequeno e inevitavelmente, queria ter feito com Laura, desejando estar com a mãe. Tenho pena que nem ele nem Álvaro, o filho, encontrem formas de dialogar. E tenho pena que Roma, cidade que ele quis abraçar para fugir à “infelicidade de nascer em Lisboa”, não lhe sirva para outra coisa que não de cenário para o arquitecturar de uma fuga, sem destino.
João Paulo Sousa não facilita, é verdade. O Mundo Sólido é um romance complexo, difícil, inacessível, por vezes. Complexo porque nunca cede na explicação. Difícil porque exige ao espectador um balanço entre o que ele poderia antever a partir da sua experiência com narrativas semelhantes e a confiança numa figura que não se quer deixar apanhar. Por vezes inacessível porque o universo no qual Francisco vive, precisamente por estar cada vez mais isolado, não cabe nos parâmetros tradicionais da normalidade. É demasiado intenso, é demasiado isolado, é demasiado dele.
João Paulo Sousa sabe­‑o e diverte­‑se com isso. Há um nítido prazer na exploração da linguagem, na sobreposição de planos e espaços físicos e temporais, no cruzamento de referências, na relação entre a acção e a imaginação. As mesmas características que encontramos nos seus cuidados textos sobre espectáculos, a mesma atenção ao detalhe, a mesma preocupação com a legitimidade do argumento, a mesma dedicação na construção de planos de leitura diferenciados que servem um espectáculo, em vez de servirem apenas quem sobre ele escreve. João Paulo Sousa coloca­‑se do lado da personagem, narra as suas aventuras – descreve o seu mundo – de acordo com o que Francisco deseja revelar. Dá exactamente a medida do que Francisco autoriza que seja antecipado. O autor preocupa­‑se menos com o leitor, parece­‑me. A dada altura chega mesmo a escrever, através dos pensamentos de Francesco, que a literatura “consegue levar-nos a ver o que não existe”. Logo, é claro na sua posição. Não explicar, evitar a descrição, impedir as palavras de formarem imagens claras, sugerir apenas, inventar, provocar, prolongar os sentidos, inverter a ordem, obrigar a escolher. Obrigar a ver.
Mas os autores também têm filhos predilectos. Francesco, aquele inventado por Paola e apenas visível nas paredes de Roma, por entre os flashes dos fotógrafos, é mais livre que Francisco. Francisco corre e João Paulo Sousa só lhe desenha a estrada. Aquele a quem ele dá água é Francesco. Claro que poderíamos dizer que este Francisco, quando estendido a Francesco, – de Francesco, diria, se quiséssemos ver Jekyll e Hyde nesta vertigoniana aventura, ser Hyde, naturalmente, o alter­‑ego ficcionado de Francisco, apenas existente na vida de Paola, amante e, em si mesmo, a ficção dentro da ficção. É consciente esta escolha e o autor usa a Ilíada para explicar porquê. É que, na sua insistência na descrição, na sua consciente atenção ao detalhe da acção, o autor, tal como Homero ao descrever o escudo de Aquiles, permite que um objecto – no caso uma pessoa – cuja realidade é estritamente verbal se nos imponha como uma representação visual.
Francesco não existe, acho eu. Tal como não existe Paola, nem Álvaro, nem Laura, nem o avô, parece-me. Existe uma ficção dentro da ficção, hiper­‑detalhada como só os mentirosos se preocupam em criar. Francisco está, provavelmente, a segurar a carta, a madalena, a olhar para os espaços em branco daquela folha áspera, a pensar o que vai fazer quando entrar em casa. E tudo isto não passa afinal, de um desejo de que o mundo seja feito à medida do que ele pode controlar. Nenhuma das personagens que habitaram a sua vida lhe serviram para a sua história. Quiseram sempre ter liberdade. E é então que Francisco lê no Francesco de Paola a oportunidade de redesenhar a sua vida. E de, finalmente, transformar o seu mundo em algo sólido.
Tiago Bartolomeu Costa é director da Revista Obscena e é crítico de artes performativas.

domingo, julho 05, 2009

Um dedo real

Gesto por gesto e porque estamos em maré de avaliar os ditos, este dedo real é muito mais grave do que foi protagonizado por Manuel Pinho. Mas este mesmo dedo é de real nascimento. Aconteceu em Vitória, País Basco, em 26 de Junho de 2004 e foi filmado por vários jornalistas. Claro que o Rei não foi demitido (quem demite um rei?) e não consta que tivesse saído nas capas de jornais espanhóis ou passasse no mundo das agências noticiosas. Ao contrário do gesto parlamentar de Manuel Pinho, com direito a foto de primeira página no El País. Contradições destas percebemos muito bem.

sexta-feira, julho 03, 2009

Com Quatro Pedras na Mão, livro/cd de O Bando dos Gambozinos e de Suzana Ralha no Plano Nacional de Leitura na área Música/Artes 3º, 4º, 5º e 6º anos




Com Quatro Pedras na Mão, feito por 9 poetas
é musicado por Suzana Ralha, cantado pelo Bando dos Gambozinos, ilustrado por Emílio Remelhe e adoptado pelo PNL na área Livros Recomendados
Para Projectos Relacionados com Música/Artes
3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade

E podemos dizer que a Deriva faz o seu pleno no Plano Nacional de Leitura com a entrada de Com Quatro Pedras na Mão, de Suzana Ralha e do Bando dos Gambozinos!
Assim, todos os livros infanto-juvenis da Deriva pertencem ao PNL o que muito nos orgulha, aos autores, ilustradores e, agora, músicos que estiveram em todos estes processos criativos e que encaram as crianças e os jovens com o respeito e consideração que merecem.
Lembremos que Com Quatro Pedras na Mão foram poemas musicados por Suzana Ralha que versavam sobre a cidade do Porto e cantados pelo Bando dos Gambozinos. As ilustrações foram de Emílio Remelhe. Os poetas escolhidos foram José Mário Branco, João Pedro Mésseder, Filipa Leal, Joaquim Castro Caldas, Matilde Rosa Araújo, Jorge Sousa Braga, Luísa Ducla Soares, Rui Pereira e Luís Nogueira.
A área escolhida pelo PNL é de Livros Recomendados para Projectos Relacionados com Música/Artes, para o 3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade.
A apresentação foi memorável no Cinema Batalha perante 900 pessoas que foram ouvir pela primeira vez (a única?) o Bando dos Gambozinos a cantarem ao vivo o Com Quatro Pedras na Mão.
Em breve editaremos as pautas das músicas.

Ontem, em Gaia, debateu-se Portugal e Galiza

Depois de uma sessão à porta fechada com vários autores galegos e portugueses e respondendo a uma convite do infatigável António Costa, fui ao debate público das conclusões sobre as relações culturais entre Portugal e a Galiza no âmbito de Gaia, Capital do Eixo Atlântico 2009. Estavam lá o Xavier Queipo e o Xavier Alcalá (como foi bom revê-los), María Canosa, Fernando Pinto do Amaral, Manuel Jorge Marmelo, João Paulo Sousa, valter hugo mãe, Rui Costa e Barreto Guimarães que ficaram para o jantar. Talvez seja assim que a relação entre estas duas regiões se fortaleça, mas temo que haja muito mais para andar e, principalmente, andar de outra maneira... não fosse o artigo de Rui Tavares sobre o arquipélago de cidades, do Público de anteontem, um dos temas mais focados na sessão pública. O eixo Lisboa, Porto, Vigo, Corunha vale muito mais do que se pensa no enquadramento de arquipélagos de cidades da Europa inteira. Pelo menos, vale mais do que Madrid. Coisa que não sabíamos de todo.

quinta-feira, julho 02, 2009

Aqui na Terra: à conversa com Miguel Carvalho



À conversa com Miguel Carvalho sobre Aqui na Terra
O lançamento do livro vai ser no Maus Hábitos, a 14 de Julho, pelas 21:30

Com a presença de Nuno Higino e Zaclis Veiga