sábado, março 18, 2017

Quando se fala de paz no Euskadi: «Dorregarai, A Casa Torre» de Anjel Rekalde

Nos dias de paz que se aproximam no Euskadi, com Ortegui a entregar os arsenais da ETA em França e a declarar tréguas unilaterais, convém conhecer melhor a história do País Basco e o que levou à guerra entre o Estado Espanhol e esta organização. Foi isso que nos levou a editar «Dorregarai - A Casa Torre» de Anjel Rekalde, em 2007, que passou 20 anos nas prisões espanholas e cuja acusação nunca foi provada. Disse-nos ele, na ocasião da apresentação do livro, em conversa connosco e com Rui Pereira que, ao sair, sentiu duas coisas: não tinha a noção da distância quando passeava na rua e que voltar a apreciar as estrelas do céu era uma epopeia. Desde aí nunca mais as deixou de olhar. A penumbra laranja das lâmpadas elétricas nunca permitiu essa visão. Agora, que a paz venha depressa e que o Euskadi seja uma realidade. Parte da história deste povo combativo está plasmado neste livro. A sinopse que escrevemos então foi esta:
"A ETA tinha nascido anos atrás, em ruptura com a letargia do nacionalismo tradicional. A orfandade em que a sonolência do PNV deixou a resistência basca e empurrou os jovens a procurar um caminho próprio. 
A ETA cresceu entre solavancos à direita, os velhos círculos jekildes, e a esquerda clássica, marcada pelos posicionamentos do marxismo anquilosado que aceitava o quadro territorial do Estado e não entendia o carácter nacional basco. Foi uma procura difícil, tanto pelo peso da tradição jekilde, como pela efervescência do movimento operário.
Destas dúvidas e incpompreensões a ETA seguiu em frente pela sua vontade e resistência, que se traduziu num activismo que a longo prazo diluía e arrastava hesitações."


Anjel Rekalde

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